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Beatriz De Patta
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AS MENSAGEIRAS DO CORAÇÃO
”Tocamos o céu quando colocamos
nossa mão num ser humano”. Novalis
As mãos são as partes de nosso corpo que mais se ligam ao
significado amplo do tocar.
São elas as que mais frequentemente realizam a experiência
do contato. E tocar é também ligar, ajudar, orientar.
(Recebeu o toque? Está
incompleto? Então me dê uma mão...).
O significado das mãos para o ser humano é imenso. Para
muitos antropólogos evoluímos a partir delas: A presença do dedo opositor –
polegar – nos possibilitou movimentos finos através da ação de pinça e com isso
a ampliação de nossa capacidade de manuseio e manufatura de utensílios e
instrumentos.
Mãos estão ligadas ao fazer, ao dar e receber, ao
auto-erotismo – tão fundamental na constituição sadia de nossa auto-estima.
Elas são agentes do nosso amor, realizando as intenções do coração ao trazer
para perto do peito o ser querido; e também da nossa defesa instintiva.
Exteriorizam nossa agressividade e concretizam nossos sonhos. São elas que
dirigimos aos lugares de nosso corpo que doem ou que se lastimam.
É através das mãos que emitimos mais energia do nosso ser.
Todas as culturas registram práticas de cura com as mãos. Relatos de impostação
de mãos permeiam textos tradicionais e sagrados. Nas narrativas de milagres, o
toque singelo da mão é o gesto símbolo. E a paz se estabelece com um aperto de
mãos. Não precisamos aprender com os ciganos a ler as mãos, todos sabemos; é só
olhar e deixar despertar a sensibilidade.
A mão firme e afetuosa do pai ao caminhar com o filho
permite à criança se largar na observação do mundo, instaura confiança e
vínculo. O contato corporal, o carinho gostoso e o cafuné afetivo relaxam o
ser, alimentam a auto-estima, abrem as portas para o prazer sensorial e para o
amor.
É impressionante a plasticidade
do ser humano, moldando-se e adaptando-se para permanecer vivo. Mas mais
impressionante é o fato que, apesar das distorções que nos impomos para
sobreviver (como quase deixar de respirar por medo, por exemplo), podemos ser
“recuperados” em nosso funcionamento natural, através da “revivência” de
contatos plenos, carregados de afeto.
MÃESSAGEM
Mão é feminino, contato materno, colo, banho, carinho. A mão
– mesmo a masculina – na sua função de ajuda, tem que guardar essa memória
funcional/ afetiva.
Desenvolver, deixar desabrochar essa qualidade de teor
feminino, é absolutamente fundamental. Ao tocar o corpo de alguém, no âmbito da
Relação de Ajuda, estamos remetendo – e indo juntos também – aos primórdios de
nossos tempos, mexendo com as memórias profundas que todo corpo guarda. Aí
residem nossos sentimentos e emoções, nossos medos e prazeres mais remotos. A
esse contato especial, abre-se a receptividade, baixam-se as defesas, e o feto,
o bebê, a criança, aparecem e se expressam novamente. A mão /mãe refaz seu
trajeto. Aí é possível recuidar, reparar e, muitas vezes, renascer.
Mesmo num toque firme e profundo, que vise desatar um nódulo
muscular ou abrandar uma couraça profunda, a afetividade do toque deve estar
presente. E ela é sentida, apesar e através da dor.
O sentimento que um toque expressa, no mágico trabalho da
Massagem, é muito mais importante, que o domínio da técnica, do que a precisão
da localização de um ponto ou de um músculo.
Não que seja menosprezado o conhecimento teórico nem a
habilidade técnica. O importante é compartilhar emoções que brotam pela via
delicada do contato com mãos amorosas dos colegas.
“Quando você chegar a
ser sensivelmente tocado a venda cairá de seus olhos, e com os olhos
penetrantes do amor você discernirá o que os seus outros olhos jamais viram”.
Fenelon (1651/1715).
UMA
ARTE DA AJUDA
Por essas constatações e vivências chego a reflexões sobre
este ofício tão lindo e profundo que é tocar pessoas numa Relação de Ajuda. Na
minha opinião, a importância da Massagem ainda não está devidamente
dimensionada no contexto das práticas terapêuticas. (Muitas vezes, nem pelas
próprias pessoas que a praticam). Reich introduziu e valorizou seu uso no
contexto psicoterapêutico, mas sinto que ela ainda ocupa um lugar subalterno
neste campo. Apesar de Lowen ressaltar frequentemente a importância do trabalho
corporal na psicoterapia, constato que sua utilização ainda é vista como
somente acessória. E mesmo o atendimento pela Massagem, no universo das Terapias
Corporais, ainda situa-se num campo, digamos, secundário. Esta hierarquização
não condiz com o que vivi e vejo acontecer na prática clínica.
Dignifico cada vez mais esta divina prática, ainda mais
dentro deste campo narcísico e cada vez mais sem contato que vivemos, onde as
relações crescentemente acontecem intermediadas por máquinas e aparatos
eletrônicos, onde grades cercam jardins e gentes, onde a competição é exaltada
como um valor maior e a violência cultuada é incentivada desde a mais tenra idade.
Além de toda a importância terapêutica que já falamos,
restaurando um funcionamento mais natural na pessoa, identifico no trabalho da
Massagem Terapêutica, dentro do contexto social que vivemos, uma série extra de
atributos: O restabelecimento e valorização do contato corporal, consigo e com
o outro; A ampliação da referência humana nos sentimentos e emoções, a
vinculação solidária com o semelhante, a restauração da capacidade de contactar
com o outro de maneira mais livre, simples e profunda.
O artesanato da ajuda, onde o auscultar, o tocar e o sentir
o outro têm tanta importância quanto um exame laboratorial, precisa ser
recolocado no seu devido patamar de importância. A relação humana direta,
solidária, sentimentalizada, emocionalizada, tocada, é profundamente
terapêutica, insubstituível. A Massagem é uma expressão privilegiada desta
arte.
A todos que querem trabalhar
com Relação de Ajuda, quero oferecer o testemunho de minha experiência neste
belíssimo ofício: Tocar em gente é
fundamental, é transformador, é profundo, é inteligente.
(Testemunho de Ralph Viana)
“Toque em Gente. Experimente"
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Beatriz De Patta
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Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil
diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não
significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a
aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a
aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um
adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque
o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume
de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se
ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se
importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não
importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você
precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas
segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais
se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a
crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na
vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos
permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos
que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer
coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na
vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as
pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós
somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar
com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo
para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não
importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está
indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o
controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois
lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era
necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer
muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de
experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos
aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que
você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são
bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela
acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com
raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a
mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende
que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára
para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para
trás.
Portanto... plante seu
jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E
você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode
ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a
vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e
nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar...”
Wiliam Shakespeare
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Beatriz De Patta
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A maioria das doenças que as pessoas têm são poemas presos
Abcessos, tumores, nódulos, pedras
São palavras calcificadas
São poemas sem vazão
Mesmo cravos pretos, espinhas, cabelo encravados, prisão de ventre
Poderiam um dia ter sido poema, mas não...
Pessoas às vezes adoecem da razão
De gostar de palavra presa
Palavra boa é palavra líquida
Escorrendo em estado de lágrima
Sobre a lágrima
Lágrima é dor derretida
Dor endurecida é tumor
Lágrima é raiva derretida
Raiva endurecida é tumor
Lágrima é pessoa derretida
Pessoa endurecida é tumor
Tempo endurecido é tumor
Tumor derretido é poema.